A insegurança e a instabilidade econômica que a Covid-19 trouxe para todos, principalmente no ambiente corporativo, são assustadoras. Muitas empresas quebraram, outras fecharam as portas ou ainda reduziram seus espaços e quadro de colaboradores. Fatos que certamente incidiram sobre os baixos índices de contratação registrados entre 2020 e 2021. A exceção ficou, claro, pela Saúde, que teve uma alta considerável justamente por conta da pandemia, mantendo os empregos aquecidos no setor e reforçando a importância do segmento na geração de postos de trabalho.
Após um primeiro semestre muito difícil, com centenas de milhares de casos e mortes por Covid-19, o Brasil chegou a uma situação bem mais tranquila no fim de 2021. O número de casos e internações reduziu e alguns estados chegaram a não registrar óbitos durante alguns dias de novembro e dezembro. O Brasil atingiu a marca de 80% de sua população vacinada com duas doses e também começou a oferecer doses de reforço.
Na contramão desses números, em 25 de novembro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) identificou a variante Ômicron, detectada na África do Sul, trazendo novas preocupações decorrentes do período pandêmico, haja visto que essa variação é era considerada mais transmissível que a cepa original do SARS-CoV-2. Essa descoberta acendeu o alerta para a necessidade de manter os cuidados e reafirmou que a pandemia não havia acabado.
Segundo o IESS, “Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde – Edição nº 54”, de novembro de 2021, o número de pessoas empregadas na cadeia produtiva da Saúde foi de 4,65 milhões, levando em conta os dados do setor público e privado e empregos diretos e indiretos. Esse resultado aponta um crescimento de 0,6% em relação a agosto de 2021. Enquanto isso, o mercado de trabalho total ficou estável.
O relatório apontou ainda que dos 4 milhões de empregados na cadeia da Saúde, 3,6 milhões ou 79% mantinham vínculos com o setor privado e com carteira assinada. Essa proporção manteve-se a mesma em outubro de 2021. A região que registrou a maior parte dessas contratações foi a Sudeste, com 2,3 milhões no total.
Com a alta nas contratações mencionadas no setor de Saúde, que segue em alta por conta mobilização em prol do ciclo vacinal e da relativa estabilidade da pandemia, novos empregos e contratações começam a ter maior solidez e segurança esse ano.
De acordo com o Ministério do Trabalho, no acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, foram criadas 770,6 mil vagas de emprego formal. O número é menor que o registrado no mesmo período de 2021, quando o saldo positivo foi de 894,7 mil empregos, mas não deve ser tratado como negativo.
Isto porque o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no Brasil caiu para 10,5% no primeiro trimestre, encerrado em abril, atingindo o menor nível desde 2016. Números bons e relevantes, mas não podemos ignorar que falta trabalho para 11,3 milhões de brasileiros.
Para o HUBRH+AAPSA, a mais antiga Associação de Recursos Humanos de São Paulo, com 62 anos de atuação, a maior dificuldade nas contratações entre os nossos associados é, sem dúvida, a qualificação e a experiência profissional. O mercado está até voltando a oferecer oportunidades, mas a falta de mão-de-obra qualificada deixa as empresas e gestores de Recursos Humanos sem opções na hora de contratação.
A pandemia trouxe um cenário desafiador, com inúmeros trabalhadores perdendo seus empregos e elevando as taxas de desocupados no país. Mas vivemos um cenário bem complicado, onde cinco, em cada dez indústrias brasileiras, enfrentam dificuldades para encontrar profissionais qualificados, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada em fevereiro de 2021.
Fator que pode ser justificado pelo impacto que a crise financeira, econômica e o desemprego provocam nos trabalhadores, que não possuem recursos para buscar qualificação e aprendizagem. Para amenizar esse cenário, o HUBRH+AAPSA gerou muito conteúdo gratuito em nosso site e em redes sociais nesses dois anos de crise. Foi a forma que encontramos de apoiar empresas e profissionais, com artigos, e-books, eventos com especialistas, estimulando as pessoas a se atualizarem na medida do possível.
Ainda na trilha do conhecimento, no segundo semestre desse ano será lançada nossa Universidade Corporativa, com diversos cursos, também acessíveis para toda sociedade, lideranças, empresas e profissionais que busquem por qualificação.
As oportunidades existem e precisamos estar preparados para elas. Na região Norte e Nordeste questão de qualificação é ainda mais delicada essa. Estamos ajudando um cliente na área de Assessment e a dificuldade de encontrar profissionais e talentos é enorme, um processo lento e moroso para a contratação.
A aprendizagem para os colaboradores deve ser constante e para empresas o investimento nesse caso se faz necessário. Esse investimento deve ser contínuo para empregado e empregador.
O desenvolvimento pessoal e profissional é importante para ambos os lados, com isso melhoramos os processos, as relações durante a contratação, retenção de talentos, recrutamento, seleção, entre outras questões relacionadas ao mercado de trabalho.
Temos um desafio enorme como Associação de atender essas expectativas, apoiar a estratégia de empresas e pessoas nesse sentido. Nosso objetivo é ser uma rede de apoio nesse sentido.
Autora:
Tania Machado
Presidente HUBRH+AAPSA