De acordo com Stephen M. R. Covey, existem, hoje, quatro forças emergentes de mudança:
A primeira é que o mundo mudou. Com a disrupção, com a tecnologia, o ritmo mudou. É simplesmente implacável. A quantidade de mudança é sem precedentes. O mundo mudou e também o trabalho mudou, tanto no onde como no que. O trabalho mudou para ser muito mais colaborativo e criativo.
Na era do trabalhador do conhecimento, podemos trabalhar de qualquer lugar, de casa, da praia, da casa de campo. Ou seja, a natureza do trabalho mudou e essa é a segunda força.
A terceira força emergente é que a natureza da força de trabalho mudou. Temos várias gerações, como nunca antes. Em muitas organizações, temos cinco gerações atuando, temos todas essas diferentes expectativas, esperanças, sonhos, desejos, toda essa diversidade.
Isso entrou, em nossas equipes, em nossas organizações como nunca antes. Assim, a própria força de trabalho mudou.
E então, finalmente, a quarta força emergente é que a natureza da escolha mudou. Passamos de múltiplas escolhas, para escolhas infinitas. As opções, as possibilidades, as oportunidades são irreais hoje.
Essas quatro forças mudaram todo o nosso mundo.
Além dessas quatro forças emergentes, precisamos também considerar o papel da automatização. Não que as máquinas ocuparão o lugar de mão de obra humana e que os empregos vão deixar de existir, mas as atividades é que serão adaptadas e, dessa forma, dividiremos o espaço com a tecnologia.
Praticamente todas as profissões têm ocupações que podem ser automatizadas. Nessa realidade, é preciso enxergar os robôs como assistentes dos seres humanos nos processos de tomada de decisões. Ou seja, firmar uma parceria com a máquina que exigirá o desenvolvimento de novas habilidades.
A edição do Fórum Mundial The World Economic Forum de 2020, Future of Jobs, destaca uma lista dessas novas habilidades e incluem: pensamento crítico e análise, resolução de problemas, e habilidades em autogestão, aprendizagem ativa, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade.
Ainda que possamos discorrer sobre cada uma dessas habilidades, proponho irmos além para entendermos melhor que tipo de liderança precisamos, urgentemente, institucionalizar nas organizações de forma a proporcionar as condições necessárias para que força de trabalho desenvolva essas habilidades.
No artigo Futuro do trabalho: 18 tendências que irão mudar nossa realidade a Forbes traz como umas das tendências que um estudo realizado pela Microsoft revelou como as prioridades dos funcionários mudaram nos últimos dois anos: 53% deles estão mais propensos a priorizar a saúde e o bem-estar em vez do trabalho do que antes da pandemia. E 47% estão mais propensos a priorizar a família e a vida pessoal do que o trabalho.
Quatro aspectos, além do salário, que foram citados pelos entrevistados como “muito importantes”:
- cultura positiva (46%),
- benefícios de saúde mental e bem-estar (42%)
- senso de propósito e significado (40% ),
- horários de trabalho flexíveis (38%)
Além da pesquisa acima da Mercer, o Zerogroup – Evolving Workplace Study de 2021 – constatou que 72% dos colaboradores não querem que suas “vidas no trabalho”voltem a ser como era antes da COVID.
Que tipo de liderança pode atender esses novos requisitos, essa nova força de trabalho? Comando e Controle, resquício da era Industrial com a velha fórmula de motivação, cenoura à frente e chicote atrás?
Operar a partir de um paradigma de Comando e Controle hoje é como tentar jogar tênis com um taco de golfe. A ferramenta é totalmente inadequada para a realidade, para o jogo que está sendo jogado.
A maioria dos líderes de hoje ainda está operando com o velho estilo de Comando e Controle. Acabamos de nos tornar muito melhores nisso, muito mais avançados e sofisticados em sua manifestação – implementando um estilo que poderíamos chamar de “Comando e Controle Iluminados”. Mas nossas crenças fundamentais de como
vemos as pessoas e a liderança não mudaram muito. Muitos de nós ainda estão recorrendo a uma abordagem ultrapassada da Era Industrial para enfrentar os desafios de hoje. – Stephen M.R. Covey
Precisamos mudar radicalmente nosso estilo de liderança, a fim de promovermos o alcance dos resultados esperados, diante de todas essas mudanças e de como o futuro do trabalho está sendo configurado, essa mudança precisa acontecer agora!
Essa nova forma de liderar está apoiada na capacidade do líder e confiar e inspirar. Seu objetivo deve ser de liberar o talento e o potencial das pessoas, praticar o empoderamento e inspirar, ao invés de tentar controlar e motivar as pessoas. Trata-se de confiar nas pessoas para fazerem as coisas certas e inspirá-las a fazerem contribuições significativas.
Muito se tem escrito a respeito do futuro do trabalho e, claro, são considerações importantíssimas que devemos considerar e ponderar a respeito. Entretanto, ainda mais importante é avaliarmos sobre que estilo de liderança estamos usando, como estamos nos preparando para esse novo estilo de liderança que pode e atenderá às novas necessidades de nesse novo tipo de trabalho executado por essa nova forma de força de trabalho, em um mundo que mudou completamente, onde as escolhas são infinitas, especialmente para os seus melhores colaboradores.
Se você ainda está tentando vencer contendo as pessoas em vez de liberar seu potencial, motivando os outros em vez de inspirá-los, concentrando-se na competição e no interesse próprio acima do cuidado e do serviço – você está jogando tênis com um taco de golfe. O jogo mudou.
Sobre o Autor:
Alexandre Barbosa
Embaixador no Squad Governança do HUBRH+. É certificado em várias áreas pela FranklinCovey, desde o início de suas operações no Brasil, como um dos seus primeiros consultores, e faz parte do corpo docente do MBA da FranklinCovey Educação. Contribui com a localização de conteúdos para a FranklinCovey Brasil, tais como Helping Client Succeed (Vendas), Find Out Why (Inovação) e Change (Mudanças).